Falsificado! Polícia fecha fábrica de adulteração de álcool em gel em São José dos Pinhais

 Falsificado! Polícia fecha fábrica de adulteração de álcool em gel em São José dos Pinhais

Uma associação criminosa envolvida com fraudes em licitações e adulteração de álcool em gel foi desmantelada durante uma ação da Polícia Civil (PCPR) na manhã de quinta-feira (24), em Curitiba e São José dos Pinhais, na região metropolitana. Três pessoas foram presas.

Os policiais civis cumpriram, ainda, mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e em três indústrias que faziam parte do esquema. Foram apreendidos documentos e aparelhos eletrônicos.
As investigações iniciaram em janeiro deste ano, quando uma amostra de álcool gel produzida por essas empresas foi encaminhada para o Centro de Ciências Forenses, do Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A análise constatou que o produto apresentava concentração cerca de 10% abaixo da exigida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As amostras foram encaminhadas para outro laboratório, que também reprovou o produto.

Após esses procedimentos, a Secretaria estadual de Saúde (Sesa) orientou a interdição dos produtos fabricados nas três indústrias. Durante as investigações, também foi constatado que as três empresas faziam ilegalmente uso do registro, junto à Anvisa, de notificação de produto de duas grandes marcas de álcool do país. Elas usavam o registro como se fossem donas das marcas, além de fraudar os rótulos e o nome do engenheiro químico responsável pelo produto.

De acordo com a polícia, há suspeita de que as indústrias trabalhavam nestas condições desde 2009. A PCPR também apurou que, no site comercial dos investigados, eram inseridas logomarcas de multinacionais conhecidas do público consumidor, com depoimentos de supostos funcionários destas grandes marcas, reforçando a qualidade.

No caso das licitações, as investigações apontam fraude. As empresas forneciam para prefeituras testes para o diagnóstico de câncer de próstata, com participação exclusiva em processos licitatórios, sem que tivessem autorização para comercialização destes testes.

Fraude em licitações

De acordo com o inquérito, uma das empresas participa de licitações pelo menos desde 2013, nas mesmas prefeituras. As licitações também ocorriam em empresas da administração pública municipal e universidades. Cada um dos certames será investigado em inquéritos à parte.

As empresas também tinham endereços fiscais incorretos na Receita Federal, o que resultou na cassação de dois dos três CNPJ’s. O mesmo aconteceu com o licenciamento ambiental.

Além dos três presos, outras pessoas também serão indiciadas, entre elas contadores, advogados e outros empresários. A PCPR também não descarta a participação de agentes públicos.

Os envolvidos devem responder por crime contra a saúde pública, crime contra o meio ambiente, associação criminosa, coação no curso do processo, falsidade ideológica, crime contra a administração pública e lavagem de dinheiro.

Informações de TribunaPR